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domingo, 24 de novembro de 2019

concurso- edital 63- FUSP


EDITAL 63 - EDUCAÇÃO MATEMÁTICA

1. Conteúdos e objetivos do ensino de Matemática dos anos iniciais do Ensino Fundamental;

Introdução
As orientações curriculares, relativas aos anos iniciais do EF, estão elencadas na BNCC (2017) e devem servir de parâmetro para a organização do ensino público e privado no país. Contudo, devemos entender que este instrumento de organização da educação básica indica os caminhos que devem ser trilhados na construção de um cidadão crítico e consciente de suas obrigações. Desta maneira, a BNCC deve ser um indicador de caminhos a serem percorridos e não um manual que deve ser aplicado sem a devida reflexão, pois este documento é resultado das interpretações e representações assumidas pelas pessoas, grupos e organizações que o elaboraram.
Portanto, pensar qual aparato pedagógico fazer-se-a uso para dar conta das competências, conteúdos e objetivos do ensino de matemática dos anos iniciais do EF propostos, parte necessariamente de como estruturamos a organização do ensino superior para a formação da futura professora, pois esta deverá se utilizar da BNCC como instrumento de mediação entre a “obrigatoriedade curricular” imposta pelo documento e o fazer pedagógico necessário à formação de um aluno cidadão e consciente de seus direitos e deveres.
Desenvolvimento
Pelo simples fato da BNCC ser baseada na construção de competências (10 ao todo) é de se supor que tenha objetivos para além do pedagógico de ensinar e formar. Este documento busca dar um caráter único ao sistema de ensino em todo o país garantindo certa e subjetiva equidade educacional no processo de formação dos alunos em qualquer região de modo a “formatar” o senso critico e a consciência nacional, de maneira a preparar o exercício da cidadania em função das necessidades do mercado de trabalho. Minha crítica não esta fundamentada na questão do modelo de competências utilizado, isto porque existem diferentes interpretações para o mesmo, mas principalmente no fato deste conceito ser oriundo das representações disseminadas como ideais pela OCDE, que tem como objetivo formatar a educação a nível mundial de maneira a garantir suprimento humano para o mercado de trabalho, onde o pessoal e individual se submete ao coletivo empresarial e a lógica do mercado.
Ter uma posição política com relação à formação de nossos alunos é obrigação de todo professor em qualquer etapa da educação, respeitando-se as capacidades inerentes às faixas etárias do alunado. Neste sentido, buscarei fazer uma análise do tema elencado a partir da ótica de formação da professora, ou seja, como formar uma professora que tenha como objetivo a função pedagógica de educar fazendo uso da BNCC como instrumento mediador, mas objetivando a construção de um cidadão consciente e autônomo, capaz de refletir sobre suas necessidades políticas e sociais, de maneira que o seu bem estar possa reverberar sobre o meio em que vive e assim colaborar para a edificação de uma sociedade mais justa, democrática e consciente da necessidade do outro.
A BNCC se organiza a partir do “saber” e do “saber fazer”, mas esquece do “porque fazer” e por este motivo deve ser utilizada como instrumento mediador de um “fazer pedagógico” fundamentado em um “porque fazer” também pedagógico e não como manual de formação de professores ou alunos, ou seja, este instrumento representa um aparato comum de conteúdos a serem trabalhados ao longo de um determinado período letivo e este conjunto de conteúdos deve compor obrigatoriamente o currículo de todas as escolas de ensino básico do país, mas a maneira como este conteúdo será trabalhado vai depender da professora que esta em sala de aula. Por este motivo, discutir sua formação é muito mais importante que discutir apenas o conjunto de conteúdos dispostos no documento, estes que na verdade não mudaram muito nas últimas décadas.
Para o ensino de matemática nas séries iniciais se destaca a visão do PISA/OCDE para o conceito de “letramento matemático” como processo de instrumentalização da criança a partir do estabelecimento de competências específicas e preparo para o mundo. Todas as competências elencadas para o ensino de matemática (8 no total) se destacam por um caráter utilitário da matemática no processo de identificação, organização e solução de problemas, não que isto não seja possível e necessário em crianças nesta faixa etária (entre os, quase, 6 e 10 anos de idade), entretanto, temos que ter a percepção que são crianças em fase de desenvolvimento e muitas outras questões devem ser trabalhadas para além dos conteúdos e conceitos, questões estas que temos a convicção de não terem sido trabalhadas na educação infantil, como a organização individual e em grupo, a sensibilização para toda expressão da arte, o aprimoramento das diferentes linguagens, a criação de hipóteses, o certo e errado nas relações e no processo de ensino, dentre outras.
A BNCC leva em consideração uma situação ideal de sistema de ensino, que na realidade sabemos não existir. Sendo assim, o modelo apresentado apesar de elencar todas as unidades temáticas de forma espiral, onde a delimitação dos objetos de conhecimento e das habilidades considera que as noções matemáticas são retomadas, ampliadas e aprofundadas ano a ano e necessárias ao correto entendimento da matemática para crianças nesta faixa etária, parte do principio que a criança chega ao 1º ano do EF já alfabetizada, tanto na língua materna como na matemática, o que não é verdade para a totalidade das crianças que iniciam o EF I dado os problemas da oferta inadequada, tanto de estrutura como de formação de professores para a Educação Infantil.  Portanto, a formação da futura professora do Ensino Fundamental deve se compor de um repertório teórico-prático-pedagógico que lhe permita uma leitura do momento de formação em que se encontram seus alunos, pois a partir deste referencial pode-se dar inicio ao processo de ensino e aprendizagem, uma vez que cada um aprende de maneira e em ritmos diferentes.
Conclusão
Pensar e aplicar um modelo de formação que estabeleça a relação entre teoria, prática e cultura, e definida a partir da execução de um planejamento participativo, sistematizado e orientado das atividades conceituais e lúdicas oferecidas pela professora às crianças é essencial para a melhora da qualidade do ensino e para o efetivo aproveitamento do modelo proposto pela BNCC, uma vez que se apropriar de metodologias pedagógicas participativas de planejamento e de estratégias de ensino-aprendizagem que melhor se apliquem em função dos diferentes grupos de alunos que compõe a turma é relevante para a formação de professoras e alunos.
Cabe à universidade oferecer modelos orientados onde a teoria dialogue com a prática e a aula dialogue com o estágio supervisionado, permitindo à futura professora construir a ponte entre a teoria oferecida pela universidade e a prática executada nas escolas, isto com planejamentos capazes de criar novos significados a partir do conceito ensinado e das representações que estes alunos já possuem, porém este trabalho não pode ser feito de maneira individual, ele deve ser respaldado pelo grupo de docentes responsáveis pelas disciplinas de metodologia e didática, ampliando o significado do trabalho interdisciplinar e colaborativo no processo de formação da professora. Portanto, contextualizar o ensino a partir do entorno e dos referenciais já dominados pelo aluno com o uso de material concreto, como jogos, brinquedos, pesquisas, construção de gráficos, novas tecnologias, experimentos e todo tipo de ludicidade deve fazer parte das ferramentas disponíveis no repertório da futura professora no desenvolvimento de suas estratégias de ensino e assim oferecer um “porque fazer pedagógico” de maneira a criar novos significados em função dos já existentes e necessários para que a aprendizagem dos alunos seja efetivada.






2. Conteúdos e objetivos do ensino de Matemática dos anos finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio;
Introdução
As orientações curriculares, relativas aos anos finais do EF e do Ensino Médio, estão elencadas na BNCC (2017) e devem servir de parâmetro para a organização do ensino público e privado no país. Contudo, devemos entender que este instrumento de organização da educação básica indica os caminhos que devem ser trilhados na construção de um cidadão crítico e consciente de suas obrigações. Desta maneira, a BNCC deve ser um indicador de caminhos a serem percorridos e não um manual que deve ser aplicado sem a devida reflexão, pois este documento é resultado das interpretações e representações assumidas pelas pessoas, grupos e organizações que o elaboraram.
Portanto, pensar qual aparato pedagógico fazer-se-a uso para dar conta das competências, conteúdos e objetivos do ensino de matemática dos anos finais do EF e Ensino Médio proposto, parte necessariamente de como estruturamos a organização do ensino superior para a formação do futuro professor, pois este deverá se utilizar da BNCC como instrumento de mediação entre a “obrigatoriedade curricular” imposta pelo documento e o fazer pedagógico necessário à formação de um aluno cidadão e consciente de seus direitos e deveres.
Desenvolvimento
Pelo simples fato da BNCC ser baseada na construção de competências (10 ao todo) é de se supor que tenha objetivos para além do pedagógico de ensinar e formar. Este documento busca dar um caráter único ao sistema de ensino em todo o país garantindo certa e subjetiva equidade educacional no processo de formação dos alunos em qualquer região de modo a “formatar” o senso critico e a consciência nacional, de maneira a preparar o exercício da cidadania em função das necessidades do mercado de trabalho. Minha crítica não esta fundamentada na questão do modelo de competências utilizado, isto porque existem diferentes interpretações para o mesmo, mas principalmente no fato deste conceito ser oriundo das representações disseminadas como ideais pela OCDE, que tem como objetivo formatar a educação a nível mundial de maneira a garantir suprimento humano para o mercado de trabalho, onde o pessoal e individual se submete ao coletivo empresarial e a lógica do mercado.
Ter uma posição política com relação à formação de nossos alunos é obrigação de todo professor em qualquer etapa da educação, respeitando-se as capacidades inerentes às faixas etárias do alunado. Neste sentido, buscarei fazer uma análise do tema elencado a partir da ótica de formação do professor, ou seja, como formar um professor que tenha como objetivo a função pedagógica de educar fazendo uso da BNCC como instrumento mediador, mas objetivando a construção de um cidadão consciente e autônomo, capaz de refletir sobre suas necessidades políticas e sociais, de maneira que o seu bem estar possa reverberar sobre o meio em que vive e assim colaborar para a edificação de uma sociedade mais justa, democrática e consciente da necessidade do outro.
A BNCC se organiza a partir do “saber” e do “saber fazer”, mas esquece do “porque fazer” e por este motivo deve ser utilizada como instrumento mediador de um “fazer pedagógico” fundamentado em um “porque fazer” também pedagógico e não como manual de formação de professores ou alunos, ou seja, este instrumento representa um aparato comum de conteúdos a serem trabalhados ao longo de um determinado período letivo e este conjunto de conteúdos deve compor obrigatoriamente o currículo de todas as escolas de ensino básico do país, mas a maneira como este conteúdo será trabalhado vai depender do professor que esta em sala de aula. Por este motivo, discutir sua formação é muito mais importante que discutir apenas o conjunto de conteúdos dispostos no documento, estes que na verdade não mudaram muito nas últimas décadas. Portanto, pensar o Ensino Fundamental e Médio a partir de uma linha de pensamento objetiva e humanística deve ser prioridade, pois como nos anos iniciais o enfoque do ensino e das propostas de planejamento se encontra na aritmética, essa proposta deve evoluir pra um pensamento geométrico nos anos finais do EF e para a álgebra no EM, a partir de uma visão interdisciplinar que garanta a contextualização do conhecimento matemático em outras áreas, como as ciências físicas e biológicas, a geografia, as artes, dentre outras. Assim é possível se desprender do “saber fazer”, ou seja, a aplicação pura e simples do algoritmo na resolução de situações problema, para o “porque fazer” como processo de resolução de problemas reais existentes na sociedade a partir da construção de projetos que se utilizem das ferramentas matemáticas, mas que contemple diferentes soluções.
Conclusão
O ensino fundamental e médio tem se pautado por um enorme artificialismo com relação aos seus reais objetivos, ou seja, formar um cidadão consciente de suas responsabilidades e obrigações. O modelo atual em curso busca preparar minimamente para o mercado de trabalho a partir de um modelo de formação que o próprio mercado não tem mais interesse. Cabe à universidade desenvolver modelos onde a teoria dialogue com a prática e a aula dialogue com o estágio supervisionado, permitindo ao futuro professor construir planejamentos capazes de criar novos significados a partir do conceito ensinado e das representações que estes alunos já possuem, porém este trabalho não pode ser feito de maneira individual, ele deve ser respaldado pelo grupo de docentes responsáveis pelas disciplinas de metodologia e didática, ampliando o significado do trabalho interdisciplinar e colaborativo no processo de formação do professor. Portanto, contextualizar o ensino a partir do entorno e dos referenciais dominados pelo aluno, a partir de projetos estruturados, com o uso de material concreto, como jogos, pesquisas, construção de gráficos, novas tecnologias, experimentos e todo tipo de ferramentas, deve estar disponível no repertório do futuro professor no desenvolvimento de suas estratégias de ensino e assim oferecer um “porque fazer pedagógico” de maneira a criar novos significados em função dos já existentes e necessários para que a aprendizagem dos alunos seja efetiva.




























3. Fundamentação psicológica do ensino de Matemática;

Introdução
A psicologia e o ensino de matemática sempre andaram de braços dados, daí sua importância na constituição do campo de estudo, pesquisa e trabalho da Educação Matemática, quando ao final do século XIX e início do XX muitos estudiosos, como Piaget, Vygotsky, Leontiev, Luria, Dewey, dentre outros, estabelecem as bases psicológicas do desenvolvimento e aprendizado das crianças, que depois serviram de base para as discussões feitas pela Educação Matemática em especial o estudo de aspectos associados ao ensino-aprendizagem e a formação de professores, com o intuito de trazer melhoras para o ensino da matemática e ampliação dos trabalhos, mesmo atendendo a questões pontuais e fragmentadas no início. Portanto, é a partir das fundamentações teóricas propostas pela psicologia da criança e voltadas para o desenvolvimento, aprendizado e inserção social que se buscou fundamentos para a construção teórica e constituição do campo de estudo e espaço de pesquisa da Educação Matemática.
Desenvolvimento
Os estudos desenvolvidos por Vygotsky, que culminaram na identificação da Zona de Desenvolvimento Proximal, relacionados à psicologia do desenvolvimento e aprendizado de crianças em situação de vulnerabilidade define a existência de um conjunto de funções complexas que a criança está prestes a desenvolver, em determinado momento, em função de um processo de mediação externa feito por um professor ou alguém próximo. O trabalho de pesquisa desenvolvido por Vygotsky não estava focado no ensino de matemática, contudo os pesquisadores (Leontiev, Luria e outros) que deram sequência às pesquisas feitas por Vygotsky, desenvolveram estudos específicos na área de matemática e relacionados ao desenvolvimento, ensino e aprendizagem das crianças em idade escolar e ao conceito de atividade. Com o aprofundamento das pesquisas e discussões sobre as dificuldades inerentes ao aprendizado da matemática por crianças em diferentes estágios e momentos do ensino básico, foi possível notar uma constante oscilação no rumo das discussões, onde os fatores destacados como responsáveis oscilavam e apontavam os problemas ora a partir de um olhar subjetivo, ora a partir de um olhar objetivo no trato do ensino da matemática, pois em determinados momentos tendemos a destacar os fatores externos ao desenvolvimento e à aprendizagem; em outros esses mesmos fatores são vistos como internos e, em condições extremas, tendemos a crer na dissociação entre desenvolvimento e aprendizagem, fato este negado por Vygotsky. Consequentemente, as posturas tomadas e decorrentes das discussões feitas pela Educação Matemática nos levaram a ter enfoques diferenciados na estruturação das políticas públicas relacionadas ao currículo, as diferentes abordagens e as metodologias que deveriam ser utilizadas no processo de ensino-aprendizagem das crianças e na formação dos futuros professores ao longo dos anos, pois a política proposta e a redação do documento é resultado das interpretações e representações assumidas pelas pessoas, grupos e organizações que o elaboram. Pensar a Educação Matemática é teorizar sobre os caminhos que devem ser percorridos no desenvolvimento das competências e habilidades necessárias para a efetiva constituição dos espaços de desenvolvimento intelectual, pessoal e das necessidades de formação do futuro professor, tanto especialistas como pedagogos, pois mesmo tendo a obrigação de manutenção da tríade – ensino, pesquisa e extensão, tem a universidade obrigação de dedicar espaço físico e intelectual, além dos recursos que se façam necessários, na oferta de qualidade para a formação do futuro professor.  Dissociar o ensino da Matemática das demais linhas de pensamento e conhecimento com certeza não irá colaborar com o ensino e desenvolvimento da Educação Matemática, do mesmo modo que tentar desconstruir as contribuições feitas pelo construtivismo e demais linhas de pensamento.
Conclusão
Todo o sistema educacional e as próprias escolas tem suas raízes fincadas na formação do aluno e futuro cidadão e mesmo tendo a escola à função de instrumentalizar os alunos para que estes relacionem corretamente informações, fatos, conhecimentos e desenvolvam competências e habilidades na solução de situações-problema, muito pouco fizemos no processo de formação de professores para este fim ou para atingi-la. É preciso investir no processo de formação do futuro professor de maneira a melhor instrumentaliza-lo no processo de identificação do desenvolvimento de seus alunos, uma vez que as pesquisas em Educação Matemática, a partir dos referenciais de desenvolvimento apresentados pelos estudos em Psicologia, definem  que o aluno quando interpreta dados e informações busca fazê-lo  a partir do referencial histórico de suas representações anteriores, pois procura organizar as ideias matemáticas em função de determinados critérios, como precedência lógica e as influências decorrentes do modelo formal ao qual foi exposto, uma vez que a estrutura pedagógica do ensino formal e tradicional tem um olhar voltado para si mesmo desconsiderando os demais aspectos, sejam eles, psicológicos, socioeconômicos ou culturais, envolvidos na formação da historicidade do aluno e da criação da matemática. Este modelo pedagógico, quando dissociado dos aspectos psicológicos do desenvolvimento do aluno, vê a matemática como mero conjunto de ferramentas e instrumentos a ser transmitido, consequentemente este modelo pedagógico de ensino acentua  a falta de relação entre forma e conteúdo do conhecimento ensinado e isto impede que os alunos sejam capazes de aprender a estrutura de um conceito matemático e não aprender essa estrutura significa não aprender como as coisas e conceitos se relacionam no conhecimento matemático. Sendo assim, é preciso investir em um modelo pedagógico onde a matemática não seja vista apenas como conteúdo, é necessário que a matemática deixe de ser vista de maneira fragmentada, ou seja, que tenha forma e conteúdo para poder ser ensinada e aprendida, e não esteja dissociada dos demais conhecimentos como a Pedagogia, Psicologia, Didática e todas as demais disciplinas, pois todas fazem parte do conhecimento criado pela humanidade e a criação de relações entre as diferentes disciplinas  é interdepende do entendimento das estruturas propostas na sua construção.









4. Propostas de ensino para os principais conteúdos de Matemática do currículo da educação básica;

Introdução
As orientações curriculares, relativas ao currículo da educação básica para o ensino de matemática, estão elencadas na BNCC (2017) e devem servir de parâmetro para a organização do ensino público e privado no país. Contudo, devemos entender que este instrumento de organização da educação básica indica os caminhos que devem ser trilhados na construção de um cidadão crítico e consciente de suas obrigações. Desta maneira, a BNCC deve ser um indicador de caminhos a serem percorridos e não um manual que deve ser aplicado sem a devida reflexão, pois este documento é resultado das interpretações e representações assumidas pelas pessoas, grupos e organizações que o elaboraram.
Portanto, pensar qual aparato pedagógico fazer-se-a uso para dar conta das competências, conteúdos e objetivos do ensino de matemática no ensino básico, parte necessariamente de como estruturamos a organização do ensino superior para a formação do futuro professor, pois este deverá se utilizar da BNCC como instrumento de mediação entre a “obrigatoriedade curricular” imposta pelo documento e o fazer pedagógico necessário à formação de um aluno cidadão e consciente de seus direitos e deveres. O modelo apresentado elenca todas as unidades temáticas, onde a delimitação dos objetos de conhecimento e das habilidades considera que as noções matemáticas são retomadas, ampliadas e aprofundadas ano a ano de forma espiral ao longo do ensino básico, e necessárias ao correto entendimento da matemática, entretanto este modelo  parte do pressuposto que todos os alunos chegam a cada uma das etapas de ensino – EI, EF I, EF II e EM, nas condições e patamares mínimos de aprendizagem sugeridos pelos instrumentos de avaliação institucionais, fato este que acreditamos ser irreal. 
Desenvolvimento
A BNCC faz uso de um modelo de organização e discurso predominantemente utilitário na gestão do ensino de matemática em todo o ensino básico, uma vez que assume como ideal de formação o conceito de letramento matemático defendido no PISA-OCDE, porém o documento em questão, a BNCC, já esta aprovada e nosso intuito neste momento é buscar instrumentos que permitam que ela sirva ao propósito de se construir as bases para a edificação de um cidadão completo, isto é, crítico e consciente de seus direitos e deveres. Desta maneira, a formação do futuro professor se coloca como referência e assume um papel mais importante que o próprio documento norteador do currículo, pois é este professor o responsável pelo trabalho de ensino e consequente aprendizado do aluno, assim é preciso definir quais os elementos e como eles serão dispostos ao longo da sua formação para que o currículo proposto seja de valia no processo de ensino-aprendizagem. Tenho convicção de que o ensino deve ser abordado a partir de grandes linhas norteadoras de concentração, para que a matemática deixe de ser vista como um “amontoado de conhecimentos desconectos e fragmentados”, tanto por alunos como muitos professores, visão esta discutida nos relatos de inúmeros trabalhos de pesquisa (Andrade, Rosa Neto, etc.). Sendo assim e garantindo minimamente a organização das competências, habilidades e conteúdos conceituais organizados na BNCC, teríamos como eixo norteador do ensino-aprendizagem o Ensino Lúdico na EI, a Aritmética no EF I, a Geometria no EF II e a Álgebra no EM, assim professor e aluno teriam pela frente um processo regulatório espiralado de aprendizagem contemplando todo o conhecimento matemático fundamentado na própria historicidade da construção deste conhecimento. Ter linhas de concentração não nos desobriga de atender as demais necessidades curriculares, mas permitem a possibilidade de estruturar e reorganizar a construção do pensamento no aluno de maneira a este construir uma representação que não seja fragmentada do ensino de matemática como é hoje. O modelo em curso, tanto na formação do professor na universidade como no alunado do ensino básico, se caracteriza pela apresentação de tópicos fragmentados e sem ligação entre um e outro e isto dificulta aos futuros professores e alunos perceberem a matemática como uma linguagem, ou seja, um complexo conjunto de conhecimentos e ferramentas que se interligam e interagem na resolução de situações problema que permeiam todas as áreas do conhecimento.  
Conclusão
Temos no Brasil um modelo educacional que nos últimos anos fez vultosos investimentos no ensino, apesar das criticas feitas e bem vindas, temos também evoluído em algumas questões, tais como: informatização das escolas, universalização do uso de mídias móveis pelos alunos, adoção do livro didático em todo o ensino básico, formação universitária mínima para os professores, discussão a cerca da implantação da BNCC, dentre outras. Somos um país continental e por este motivo o ensino deve ser pautado para além da simples transmissão e reprodução de informação, pois informação sem reflexão fundamentada não se torna conhecimento a serviço da sociedade.  Desta maneira, pensar no ensino básico sem antes definir as metas que temos para a formação do futuro professor se mostra superficial, ao passo que construir uma aprendizagem fundamentada na articulação entre teoria, prática e cultura, a partir de uma pedagogia da participação é possível e necessária na mudança dos rumos e paradigmas da educação nacional. 



5. Recursos metodológicos para o ensino de Matemática: o jogo, materiais estruturados, a história do conceito, a resolução de problemas, tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) e respectivas implicações didáticas no ensino de Matemática;

Introdução
Discutir como os recursos metodológicos podem trazer melhoras significativas ao ensino de matemática no ensino básico, parte do pressuposto que o ensino como vem sendo ofertado aos alunos carece no mínimo de significado uma vez que o modelo adotado nas últimas três décadas tem se pautado pela oferta de modelos de transferência de informação em função do discurso pedagógico adotado e minimamente atualizado a partir da inserção de jogos, materiais estruturados e tecnologia de informação, no intuito de mascarar o modelo real que se faz uso, isto é, de não permitir a melhora ou mudança significativa no processo de ensino e aprendizagem oferecida, fato este confirmado pelos resultados das avaliações, nacionais e internacionais, feitas pelos alunos da rede pública de ensino. Nosso discurso está centrado na formação do futuro professor de educação básica e pela discrepância existente na oferta de ensino de qualidade pela escola pública no território nacional, pensar como formar o futuro professor é nossa principal preocupação, pois se bem formado poderá oferecer um ensino de qualidade mesmo com poucos recursos disponíveis. Entretanto todo o acervo disponibilizado ao professor - jogo, materiais estruturados, a história do conceito, a resolução de problemas, tecnologias de Informação e Comunicação, dentre outros, por si só não é capaz de mudar o modo de ensinar se o professor não estiver preparado para fazer uso deles. Sendo assim, é preciso investir na formação deste professor, fundamentando a necessidade do planejar as atividades ofertadas ao aluno e da utilização do lúdico como ferramenta de ensino com o objetivo de elaborar aulas que propiciem um maior aproveitamento e rendimento, permitindo ao aluno analisar e compreender situações problemas propostas nos espaços de aula e transpondo tais conhecimentos para o seu dia-a-dia.
Desenvolvimento
A utilização do ensino lúdico na matemática se associa ao desenvolvimento de uma empatia entre professor e alunos com o conhecimento matemático, dado que qualquer atividade que possa romper, mesmo que momentaneamente, com o modelo lousa-conceito-exercício é para professor e aluno uma vitória, visto que a sociedade ainda se baseia no modelo quantitativo para qualificar o ensino como sendo de qualidade ou não. Posto isto, busco demonstrar e ilustrar, de maneira breve, as possibilidades que se apresentam quando fazemos uso de outros instrumentos de ensino que de alguma maneira rompam com o modelo tradicional de lousa-conceito-exercício de fixação, não que este modelo não seja o mais comumente utilizado no processo de sistematização do conhecimento.
O trabalho com o ensino lúdico mais presente nas últimas décadas é o jogo, porém ele tem sido utilizado como elemento de ilustração-fixação de algum objeto matemático ou simplesmente para ocupar o tempo ocioso das crianças, logo, o jogo como recurso metodológico para o ensino de matemática traz por si só uma expectativa nunca antes alcançada. Há décadas o jogo aparece como um interlocutor capaz de alavancar o ensino da matemática, mesmo tendo esse discurso se proliferado nos meios acadêmicos e educacionais, o recurso nunca conseguiu alcançar seus objetivos, pois se por um lado muitas possibilidades foram destacadas, por outro muito pouco se fez de concreto no processo de formação dos professores com o objetivo de propiciar ferramentas capazes de fazer com que os professores fossem capazes de se utilizar do jogo como metodologia de ensino, ou seja, o jogo nunca conseguiu assumir o protagonismo que lhe foi atribuído e sair do lugar de coadjuvante no processo de ensino-aprendizagem. O jogo carrega dentro de si uma variedade de possibilidades lúdicas, conceituais, procedimentais e atitudinais que podem ser trabalhadas individualmente ou associadas a outras atividades e disciplinas. Desde a construção do jogo até ao momento em que somos colocados a jogar muitas questões podem ser tratadas, tais como: diversão ao alcance de todos – lúdico; diferentes objetos matemáticos - de número a geometria – conceitos; permite o registro e o cálculo mental – procedimentos; criação de regras e trabalho em grupo – atitudes; dentre tantos outros, pois não existem limites para o jogo.
Para os materiais estruturados, também disponíveis a décadas, como: ábaco, blocos lógicos, material dourado, tangran, dentre outros, muitos deles disponíveis na rede pública ou de fácil confecção, possibilitam oferecer aos alunos trabalhar os sistemas de numeração com bases variadas, algoritmos de soma e subtração, sólidos e planificação de objetos geométricos, conceito de área e volume, tudo a partir do concreto e da manipulação destes materiais, assim o aluno primeiro se apropria do conceito, para só depois fazer a sistematização do conhecimento matemático. Entretanto, para que isso aconteça o professor deve ser instrumentalizado desses procedimentos e possibilidades para que deles faça uso correto, porque a utilização desses materiais carece de planejamento apurado para que o conceito, matemático ou não, seja significativo e posso ser apropriado em função da atividade oferecida.
Os temas de história da matemática e situações problema se misturam no tempo, pois fazer uso da história e como a humanidade construiu conceitos matemáticos em razão de situações problema que se colocavam com o avançar do tempo e evolução da sociedade é algo natural do trabalho do professor. Ensinar matemática de maneira descontextualizada da história da civilização e consequentemente da elaboração e criação das ferramentas matemáticas, aplicando-as a situações problema que espelhem o dia a dia da sociedade me parece desprovido de sentido e incapaz de incutir significado no aluno sobre a importância do conhecimento matemático na evolução e preservação da sociedade como conhecemos, mesmo que este seja o modelo em uso há décadas. Portanto, ao invocar personagens como Tales, Pitágoras, Gauss, dentre tantos outros, de maneira contextualizada é reconhecer como foram às situações problema que permitiram a construção do conhecimento matemático e consequentemente a evolução da sociedade como conhecemos hoje. O uso de situações problema que remetam de alguma maneira aos problemas enfrentados na elaboração de algum conceito em particular, favorece que os alunos percebam a importância deste conceito e é neste momento, ou seja, quando algo se torna significativo que o aluno se apropria desse conhecimento, pois ele foi fundamental na resolução do problema proposto. Logo, ensinar o futuro professor a construir essas situações problema, em função do grupo de alunos, deve fazer parte de sua formação inicial, pois nem toda situação se adéqua a todo tipo de aluno.
As Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) passaram a ser vistas como a “menina dos olhos” na educação, mas é preciso relativizar tantas expectativas uma vez que ter um smartfone e acesso a internet, por si só, não é sinônimo de interatividade ou ter domínio dessas tecnologias. Contudo, ela esta presente no dia a dia de professores e alunos, mas ainda é insipiente a sua utilização como ferramenta de ensino, uma vez que sua presença ainda se limita como difusor de informações e não instrumento de ensino capaz de gerar aprendizagem nos alunos. Mesmo assim temos que reconhecer as possibilidades, ainda não descobertas e obscuras, que esta ferramenta pode alavancar na estrutura física do ensino na medida em que supre e facilita a velocidade de comunicação entre os interlocutores do ensino, professores e alunos, disponibilizando textos, atividades, orientações de estudo, materiais diversos, informações sobre o curso e tudo em tempo real a partir dos diferentes canais que se colocam a disposição na divulgação de disciplinas e grupos de trabalho on-line.
Conclusão
A utilização de novas tecnologias, assim como todo o aparato disponibilizado nos diferentes materiais elencados e que foram sendo utilizados ao longo dos anos, cada qual trazendo dentro de si a intencionalidade de melhorar a relação do aluno com o conhecimento e buscando conferir ao professor novos instrumentos capazes de fazer uma melhor entrega do ensino oferecido, sempre se pautaram em função da busca por melhores caminhos na evolução da sociedade. Entretanto, alguns com melhores resultados que outros, por vezes dado o tempo de maturação e disseminação de sua utilização por parte dos professores, ou seja, quanto maior for o domínio do professor sobre a ferramenta de ensino melhor será a resposta do aluno com relação ao seu aprendizado, pois é impossível ensinar ou fazer uso daquilo que você desconhece ou ainda não possui o devido domínio. Consequentemente instrumentalizar o futuro professor, não apenas das possibilidades que se colocam com esses materiais, mas efetivamente ensiná-lo a fazer destes instrumentos de ensino, assim a aprendizagem dos alunos será alcançada dentro dos modelos que hoje vislumbramos como necessários a edificação de um cidadão critico e consciente de seus direitos e deveres.




6. Elaboração e discussão de unidades didáticas do ensino de Matemática para a educação básica relativas a: números, operações e cálculo, geometria, medidas, probabilidade e estatística; funções; etc;

Introdução
Para pensar a discussão das unidades didáticas básicas levantaremos a questão relativa à necessidade de instrumentalização do futuro professor para a efetiva abordagem dos temas relacionados ao ensino de matemática, pois é preciso entender que os alunos não aprendem pelo simples fato de estarem na escola, eles aprendem porque aquilo que esta sendo ensinado lhes é importante, da mesma maneira que aprendem a jogar videogame e a fazer uso de smartfones, sem ter domínio sobre a tecnologia inserida nos equipamentos ou conhecimento de outro idioma, mas pelo simples fato de ser importante para a sua inserção no grupo social que o circunda. Portanto, como tornar cada um dos temas elencados para o ensino de matemática, nos seus respectivos anos de ensino, como importantes para os alunos para sua inserção na sociedade e não apenas no grupo social que o cerca, deve ser o nosso objetivo para que haja a efetiva apropriação destes conhecimentos por parte dos alunos.
Desenvolvimento
Para tornar a matemática atraente aos olhos e ouvidos dos alunos e também professores, visto o número crescente de professores que tem discutido a abordagem de alguns tópicos e sua necessidade de apresentação aos alunos, temos que partir da premissa que estamos formando o futuro professor e desta maneira ele deve estar preparado para trabalhar com todos os conteúdos elencados na BNCC e não apenas com aqueles que ele acredita serem essenciais aos alunos, isto é, é preciso instrumentalizar este profissional de maneira a construir um planejamento que contenha o lúdico, o conceito, a atividade, o registro, a sistematização, a avaliação de cada uma destas unidades e que seja capaz de atender a todas as demandas da escola, dos alunos e dele mesmo, como professor. Não parece simples, mas é isso que pedem e cobram dos professores, logo pensar na sua qualificação e como esse conjunto de conhecimentos perpassa a sua formação ao longo do curso, se relacionando com as diferentes teorias pedagógicas propostas deve ser objeto do trabalho de formação da universidade para permitir que este professor tenha ao seu alcance os instrumentos necessários para ensinar todo o conteúdo elencado nos documentos oficiais e que deverá dar conta. Portanto, oferecer um modelo encadeado de conhecimento, menos fragmentado, e que permita discutir como a sua contextualização teórica e didática no espaço de ensino se relaciona com a vida, pode permitir que o ensino evoluísse da mera transposição de informações para a aquisição de conhecimento sistematizado pelo alunado.
Conclusão
No meu entender, a discussão a cerca do conhecimento matemático da maneira como vem sendo feito nas últimas décadas não favoreceu de maneira alguma a sua apropriação por parte dos alunos, os livros didáticos disponibilizados aos alunos apresentam o conhecimento matemático de maneira fragmentada e onde os conceitos anteriores não se relacionam com os apresentados a seguir, tópicos e mais tópicos onde se apresentam ferramentas de cálculo algébrico e geométrico sem a menor utilidade prática. Por outro lado, nos anos iniciais este conhecimento se apresenta cheio de possibilidades, com o sistema de numeração e posteriormente os algoritmos de caçulo elementar, a geometria espacial e plana associada a contagem e a representação de informações de maneira estatística na forma de gráficos e tabelas. Entretanto, nos anos que se seguem de ensino, vemos um amontoar de equações, fórmulas e situações problema que mais lembram exercícios de fixação onde o objetivo é a resolução pela resolução, onde a contextualização passa a margem do ensino pelo simples fato de não explorar diferentes opções de solução, mas se pauta por um eterno aplicar da mesma fórmula para sua solução. Temos que ser capazes de oferecer um ensino encadeado, onde as unidades apareçam em conjunto e façam sentido para o aluno, assim como faz sentido a vida real, que apesar de complexa, pode ter mais que uma resposta correta e contempla simultaneamente todas as unidades básicas de ensino em cada etapa da situação proposta, da proposição a avaliação dos resultados.

7. Análise de questões relevantes para o professor de Matemática das séries iniciais: a) Matemática e o processo de alfabetização; b) Matemática numa sociedade informatizada; c) Interação e comunicação na aula de Matemática; d) A Matemática como resolução de problema; e) O papel do lúdico no ensino de Matemática; f) avaliação em Matemática;

Introdução
Parto do principio que tudo é relevante no ensino de matemática e que não existe a possibilidade de relativizarmos uma questão em função de outra, ou seja, temos que nos apegar no conjunto do trabalho, principalmente nas séries iniciais onde a formação majoritária é em pedagogia e a específica em matemática é praticamente inexistente. Posto isso, é importante lembrar que a produção de material pedagógico de formação de professores voltada para os anos iniciais e produzida por matemáticos é insipiente (Andrade, 2015). Logo, é preciso pensar que o matemático deve estar envolvido no planejamento do ensino da matemática desde os anos iniciais, ou seja, deveríamos ter professores com conhecimento em matemática no processo de alfabetização matemática desde os anos iniciais e não apenas a partir do EF II. Para ensinar é preciso saber, já dizia Freire, consequentemente quando pensamos o ensino na escola pública, são muito poucos os professores de matemática colaborando com as pedagogas no planejamento e ensino das crianças do EF I, porque o que sobra de conhecimento pedagógico em um, sobra de matemática no outro e vice e versa. 
Desenvolvimento
Mesmo com mais de 40 anos de vivência como professor, no ensino básico, técnico e superior, e de ter atuado na formação de professores em diferentes projetos, a experiência adquirida junto ao Clube de Matemática e Ciências da FEUSP, nos últimos anos, demonstrou o quanto é importante disponibilizar a possibilidade de troca de experiências e de conhecimento oferecida por este projeto que coloca em um mesmo grupo professores e alunos, dos cursos de pedagogia e especialistas de diferentes áreas, como matemáticos, físicos, biólogos, dentre outros e o ganho de qualidade no processo de formação do futuro professor é enorme, ou seja, juntos estes profissionais podem fazer a diferença, enquanto que separados continuarão a fazer o mesmo que se faz a décadas, ou muito pouco perto das necessidades que se colocam para o ensino. Portanto, pensar o que é mais ou menos relevante no ensino não faz o menor sentido, porém pensar como a inserção de determinadas estratégias pedagógicas de formação de professores que contemple um planejamento participativo investigativo pode fazer toda a diferença no processo de formação dos futuros professores e principalmente na aprendizagem das crianças, pois é importante entender que nossos alunos são crianças, antes de serem alunos, ou seja, se temos que dar relevância a algo, que o “lúdico” seja esse algo. O lúdico, seja visto pelo aluno como espontâneo ou orientado, é atividade pedagógica planejada pelo professor, logo no processo de ensino para os anos iniciais deve vir em primeiro lugar para que o processo de sistematização conceitual seja o resultado da aplicação da atividade lúdica de ensino, não o contrário, para que na visão deste novo profissional, tudo seja visto como relevante, principalmente a possibilidade desses assuntos serem tratados de maneira interdisciplinar e não fragmentada. Entretanto, é durante a inserção de um modelo de planejamento participativo investigativo que deve ficar claro qual conhecimento, conceitual, procedimental e/ou atitudinal temos a intenção de trabalhar com esses alunos, assim durante a execução da atividade podemos identificar como está acontecendo o seu desenvolvimento e fazer a correção de rumo que se faça necessária, uma vez que nosso objetivo deve se concentrar na “avaliação do processo” como um todo e não apenas na “avaliação dos resultados”, dado que individualmente os resultados sempre serão diferentes, apesar de próximos. Este modelo de planejar permite identificar onde estão os gargalos que dificultam a aprendizagem dos alunos e permite ao professor definir melhor qual a estratégia de ensino que deve ser mantida ou modificada em virtude do grupo de alunos e do conceito a ser trabalhado.
Conclusão
Não temos a intenção de engessar o trabalho do futuro professor, porque acredito que ao trabalhar de maneira individual ele próprio se engessa. É preciso discutir como é possível alterar o modelo que temos hoje de planejamento individual e centrado no modelo de transferência de conhecimento, para um modelo de planejamento participativo investigativo, onde o aprendizado do aluno seja visto de maneira individual, onde possamos identificar a evolução de cada aluno em relação a ele mesmo e não em função de determinados parâmetros colocados por pessoas que estão muito distantes da sala de aula. Entretanto, para que isto aconteça é preciso agir diretamente sobre a formação do futuro professor e permitir que ele também entenda as suas limitações e possibilidades, aprendendo a trabalhar em grupo, de forma cooperativa e colaborativa. Neste modelo, o maior diferencial em relação ao modelo que os futuros professores trazem de trabalho em grupo é que “trabalho em grupo” não é a simples junção das partes produzidas por cada um dos participantes, mas sim que cada uma das partes seja produzida e pensada por todos os participantes ao mesmo tempo, isso sim podemos chamar de trabalho em grupo de forma cooperativa e colaborativa. Sendo assim, a relevância deve ser dada ao processo de planejamento participativo investigativo a não a um tema específico desse planejamento, não que trabalhar todos estes temas de maneira coordenada para que os mesmos tenham sentido para o aluno de maneira a construir uma imagem clara e uniforme não seja muito importante.



8. Análise de questões relevantes para o professor de Matemática dos anos finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio: a) Matemática numa sociedade informatizada; b) Matemática e linguagem; c) Resolução de problema e modelagem matemática; d) avaliação em Matemática;

Introdução
Parto do principio que tudo é relevante no ensino de matemática e que não existe a possibilidade de relativizarmos uma questão em função de outra, ou seja, temos que nos apegar no conjunto do trabalho, principalmente nas séries finais do EF II e EM onde a formação majoritária dos professores deveria ser específica em matemática, mas sabemos que a realidade do ensino público no estado de São Paulo é bem diferente. Posto isso, é importante lembrar que a produção de material pedagógico de formação de professores voltada para os anos finais do EF II e EM produzida por matemáticos é ampla e de muita qualidade, mas a mesma não está disponível para grande parte do professorado e a base onde se estrutura o trabalho de ensino está fundamentada no livro didático (Andrade, 2008). Logo, é preciso pensar que o matemático deve estar envolvido no planejamento do ensino da matemática de maneira contextualizada com os grandes temas do presente, como a informatização, a comunicação, solução de problemas que afetam o mundo, dentre tantos outros, que fazem da matemática a ponte entre o mundo acadêmico-teórico e as situações-problema, principalmente no Ensino Médio.
Desenvolvimento
Desde os anos iniciais de escolarização é notório o afastamento e as dificuldades dos alunos frente ao ensino de matemática, que vão desde a falta de percepção de utilidade do que é ensinado pelo professor até a sua total incompreensão, isso devido a um ensino fragmentado e descontextualizado da realidade em que vivemos, pois os processos de contextualização do ensino oferecidos na escola, na maior parte das vezes, não passam de mera aplicação de fórmulas, ou seja, desde os anos iniciais carecemos de um ensino voltado para a aprendizagem de forma menos fragmentada e mais contextualizada. Para ensinar é preciso saber, já dizia Freire, consequentemente quando pensamos o ensino na escola pública, são muito poucos os professores de matemática que se debruçam na construção e elaboração de um planejamento que realmente seja capaz de ensinar para além dos exercícios de fixação propostos nos livros didáticos, seja por desconhecimento, seja por falta de estrutura da própria escola, seja pelo desinteresse dos alunos que não veem na matemática algo útil de se aprender.  
Mesmo com mais de 40 anos de vivência como professor, no ensino básico, técnico e superior, e na formação de professores em diferentes projetos, a experiência adquirida junto ao Clube de Matemática e Ciências da FEUSP, nos últimos anos, demonstrou o quanto é importante disponibilizar a possibilidade de troca de experiências e de conhecimento, oferecida por este projeto que coloca em um mesmo grupo professores e alunos, dos cursos de pedagogia e especialistas de diferentes áreas, como matemáticos, físicos, biólogos, dentre outros e o ganho de qualidade no processo de formação do futuro professor é enorme, ou seja, juntos estes profissionais podem fazer a diferença, enquanto que separados continuarão a fazer o mesmo que se faz a décadas, ou muito pouco perto das necessidades que se colocam para o ensino. Portanto, pensar o que é mais ou menos relevante no ensino não faz o menor sentido, porém pensar como a inserção de determinadas estratégias pedagógicas de formação de professores que contemple um planejamento participativo investigativo pode fazer toda a diferença no processo de formação dos futuros professores e principalmente na aprendizagem das crianças, pois é importante entender que nossos alunos são crianças, antes de serem alunos, ou seja, se temos que dar relevância a algo, que o “lúdico” seja esse algo. O lúdico, seja visto pelo aluno como espontâneo ou orientado, é atividade pedagógica planejada pelo professor, logo no processo de ensino para os anos finais do EF II e EM esse modelo de abordagem a partir de jogos, construções de maquetes, busca de soluções para problemas da sociedade, dentre outros, possa servir como elemento de aglutinação e abordagem diferenciada não fragmentada do conhecimento matemático e necessária ao envolvimento de alunos nessa faixa etária, assim temos o processo de sistematização do conceito trabalhado como resultado da aplicação da atividade lúdica de ensino, não o contrário. Desta maneira, professor e aluno passam a ver o conhecimento matemático não fragmentado como relevante, principalmente quando temos a possibilidade desses assuntos serem tratados de maneira interdisciplinar. Entretanto, é durante a inserção de um modelo de planejamento participativo investigativo que deve ficar claro qual conhecimento, conceitual, procedimental e/ou atitudinal temos a intenção de trabalhar com esses alunos, assim durante a execução da atividade podemos identificar como está acontecendo o seu desenvolvimento e fazer a correção de rumo que se faça necessária, uma vez que nosso objetivo deve se concentrar na “avaliação do processo” como um todo e não apenas na “avaliação dos resultados”, dado que individualmente os resultados sempre serão diferentes, apesar de próximos. Este modelo de planejar permite identificar onde estão os gargalos que dificultam a aprendizagem dos alunos e permite ao professor definir melhor qual a estratégia de ensino que deve ser mantida ou modificada em virtude do grupo de alunos e do conceito a ser trabalhado.
Conclusão
Não temos a intenção de engessar o trabalho do futuro professor, porque acredito que ao trabalhar de maneira individual ele próprio se engessa. É preciso discutir como é possível alterar o modelo que temos hoje de planejamento individual e centrado no modelo de transferência de conhecimento, para um modelo de planejamento participativo investigativo, onde o aprendizado do aluno seja visto de maneira individual, para que possamos identificar a evolução de cada aluno em relação a ele mesmo e não em função de determinados parâmetros colocados por pessoas que estão muito distantes da sala de aula. Entretanto, para que isto aconteça é preciso agir diretamente sobre a formação do futuro professor e permitir que ele também entenda as suas limitações e possibilidades, aprendendo a trabalhar em grupo, de forma cooperativa e colaborativa. Neste modelo de formação, o maior diferencial em relação ao modelo que os futuros professores trazem de sua vida de estudante é que “trabalho em grupo” não é a simples junção das partes produzidas por cada um dos participantes, mas sim que cada uma das partes é produzida e pensada por todos os participantes simultaneamente e isso chamamos de trabalho de forma cooperativa e colaborativa. Sendo assim, a relevância deve ser dada a formação do futuro professor para que seja capaz de construir um planejamento participativo investigativo do conjunto de temas e não de um tema específico desse currículo, pois trabalhar todos estes temas de maneira coordenada a construir uma imagem clara e uniforme do mundo atual e que faça sentido para o aluno é muito importante.
















9. Diferentes abordagens em Educação Matemática (Novas tecnologias, História da Matemática, Resolução de problemas, investigações matemáticas, etnomatemática, modelagem, educação matemática crítica etc.) e suas contribuições/repercussões sobre os currículos e práticas pedagógicas no Ensino Fundamental e Médio;
Introdução
Nos anos que se seguiram a implantação da LDB, em 1996, muito se fez e discutiu sobre quais os rumos do ensino de matemática nas escolas públicas, assim saímos de um modelo imposto anteriormente, que apesar de ter formado bons alunos, era extremamente excludente para aqueles que apresentavam dificuldades de aprendizagem, para um modelo que buscava observar a individualidade como característica de aprendizagem. Dessa maneira, a nova proposta instituída permitiu às escolas e professores ampliar a discussão a cerca de como se faria o ensino a partir daquele momento, por este motivo todas as novas propostas que emergiam no cenário nacional e internacional passaram a fazer parte das possibilidades de experimentação dentro das escolas públicas e universidades brasileiras. Entretanto, as contribuições oferecidas inicialmente ficaram limitadas pela própria limitação oferecida pela rede pública e somente algumas abordagens chegaram à sala de aula, mas nem sempre com a intensidade e fundamentação esperada, como a resolução de problemas, elaboração de projetos, história da matemática, mas com o passar dos anos e ampliação das discussões houve a inclusão da matemática critica, etnomatemática e das novas tecnologias, inicialmente com o computador e depois com as mídias portáteis.  Mesmo assim, temos que ter consciência que estas diferentes abordagens tiveram um grande impacto nas discussões e pesquisas feitas nas universidades, mas ficaram limitadas às políticas públicas e muito pouco do que foi pensado nessas instituições, apesar de presente nas políticas públicas, foi suficiente para transpor o modelo tradicional de ensino vigente nas escolas.
Desenvolvimento
O modelo em vigor até meados da década de 90 era a transposição pura e simples, ou seja, giz, lousa e exercícios de fixação, sem a necessidade de contextualização, e a partir daquele momento houve a possibilidade de experimentação de outras metodologias de ensino capazes de superar as dificuldades de aprendizado do alunado, para assim tentar minimizar os problemas decorrentes do grande número de reprovações na disciplina tanto no EF II como no EM. Esse problema era contornado, ciclicamente, a partir da distribuição da responsabilidade, mas que na prática isentava professores, escola e família e se justificava por conta do desinteresse do aluno em aprender. Nos anos que se seguiram a promulgação da LDB, a Educação Matemática, mesmo com suas diferentes e conflitantes correntes, busca fazer a discussão sobre como reduzir a dificuldade existente de aprendizado dos alunos nesta faixa etária investido na formação do futuro professor, ou seja, além de ensinar matemática nos cursos de licenciatura se aprofundaria o ensino das disciplinas pedagógicas, buscando instrumentalizar o professor para que fizesse a leitura das necessidades do alunado e tivesse um repertório maior, melhor e diferenciado para ensinar. Buscou-se a partir de diferentes correntes de ensino, identificar qual ou quais, as que trariam melhores resultados no processo de ensino-aprendizagem de professores e alunos, mas algumas correntes se mostraram mais alinhadas com as propostas curriculares brasileiras e foram assimiladas pelos sistemas de ensino com mais facilidade, como a resolução de problemas e a matemática crítica, pois ambas possibilitavam tratar questões atuais relacionas a problemas da sociedade a partir de enunciados melhor elaborados, que permitiam uma abordagem interdisciplinar e contextualizada. Com o passar dos anos, outras correntes passaram a se destacar, mas sem o efeito e profundidade esperado pela universidade, como a história da matemática, a etnomatemática, investigações e modelagem, na maior parte das vezes por problemas relacionados ao currículo, a disponibilidade de recursos/planejamento, ou o desconhecimento destas abordagens devido à má formação do professor. O livro didático implantado para o EF II e posteriormente para o EM trouxe grande alento ao ensino a partir dos anos 2000, por um lado por permitir que todos os professores e alunos tivessem acesso às diferentes abordagens de maneira integral e fundamentada, mas por outro lado, reduziu a possibilidade de mudanças e novas abordagens, engessando qualquer tentativa por parte do professor por apresentarem apenas abordagens propostas, mesmo que os parâmetros curriculares nacionais (PCN), vigentes na época, permitissem outras abordagens para além do currículo, com paradidáticos e/ou reorganização de carga horária (disciplinas optativas e/ou eletivas), essas outras abordagens acabavam por ficar de fora da organização escolar, prioritariamente pautada pela atribuição de aulas do professor e pela abordagem oficial proposta. Atualmente tem se buscado para essas abordagens diferenciadas a utilização de novas tecnologias, como meio de intensificar e facilitar sua inserção na escola a partir das plataformas de ensino computacionais disponíveis e o acesso à internet, assim muito do que foi proposta de ensino que não evoluiu, hoje busca espaço graças às discussões feitas pela escola em conjunto com a sociedade, como questões relativas a gênero, consumismo, climáticas, poluição ambiental, dentre tantas outras, que necessitam de propostas para novas soluções, pois estas novas soluções se encontram nesse conjunto de novas abordagens interdisciplinares e relacionadas à modelagem, etnomatemática, investigação e critica social.
Conclusão
Pensar o ensino de matemática e a Educação Matemática, a partir de suas diferentes abordagens, de maneira fragmentada quando procuramos identificar suas contribuições ao currículo oficial e as práticas de ensino me parece desconectado da realidade do trabalho feito nas universidades e escolas nos dias de hoje. Temos que ter em mente que as contribuições dadas no decorrer dos anos se multiplicaram em ações e discussões que permitiram chegar aonde chegamos, ou seja, apenas uma abordagem é insuficiente para que tenhamos um ensino que seja capaz de mobilizar a atenção e curiosidade do aluno para o aprendizado nesta etapa do ensino. Em outras palavras, a junção das diferentes correntes e possibilidades de abordagem são muito mais eficientes que as mesmas em separado, assim quando pensamos no quão ainda distante e útil podem ser as novas tecnologias, por permitirem acesso instantâneo às informações, podemos partir do princípio que quando buscamos solução para uma questão que diz respeito à história de criação de um conceito matemático, como a modelagem, isto pode ser feito a partir da aplicação de uma situação-problema relacionada a um problema social que leve o aluno a investigar as possíveis soluções para o problema proposto, de maneira interdisciplinar e que necessite de modelagem. Portanto, nos vemos na eminência de construção de soluções reais para o mundo real, onde na verdade não existe o certo ou errado, mas diferentes maneiras de olhar o mesmo problema e com soluções que podem ser classificadas como melhores ou piores em função do critério utilizado para qualificá-las, mas todas são soluções passiveis de serem aplicadas. Sendo assim, temos que acreditar que todas as contribuições feitas a partir das correntes propostas nesta discussão foram, ou ainda o são positivas, independentemente do grau de participação que tiveram nos currículos, práticas de ensino ou políticas públicas propostas para esta faixa etária, pois suscitaram discussões que foram necessárias no processo de revisão destes mesmos currículos e práticas ao longo dos anos, algumas delas de maneira pontual e por vezes imperceptível aos olhos do leigo, mas que deram sua contribuição no aprofundamento das propostas que temos hoje, como aquelas que foram vistas a assimiladas de modo contundente e assertivo.










10. O estágio supervisionado e a formação do professor para o ensino de matemática na educação básica
Introdução
O estagio sempre foi fundamental no processo de formação de professores, porém temos que ter a dignidade de afirmar que nem sempre ele acontece como deveria acontecer e termina por não oferecer um diferencial no processo de formação do futuro professor. Apesar da administração no estado de São Paulo estar sendo feita a mais de 30 anos pelo mesmo partido político, a gestão política do ensino público tem sido conflitante, desconectada das reais necessidades da universidade e nem sempre focada na qualidade de formação do futuro professor, mas sim na contenção de recursos financeiros. Sejam eles destinados às universidades ou escolas públicas, os recursos nunca são suficientes para uma manutenção ideal, tanto dos quadros de pessoal como do espaço físico, assim ao longo dos anos a perda de qualidade seja na oferta, no acompanhamento do futuro professor ou no estágio obrigatório tem se tornado cada vez mais evidente. Desta maneira, a formação do futuro professor a partir do estágio se apresenta comprometida em sua função de formar, pois não oferece um espaço de reflexão adequada para o seu perfeito entendimento uma vez que muitos alunos veem o estágio apenas como uma obrigatoriedade curricular e não como um espaço de aperfeiçoamento da sua formação, trabalho e profissionalismo. Sendo assim, cabe à universidade com os recursos humanos e físicos que dispõe oferecer condições e espaços de construção para a efetiva reflexão coletiva que permita aos alunos adquirirem a real noção de importância que o estágio tem e as possibilidades de formação que o mesmo oferece.
Desenvolvimento
Mesmo com mais de 40 anos de vivência como professor, no ensino básico, técnico e superior, e de ter atuado na formação de professores em diferentes projetos, a experiência adquirida junto ao “Clube de Matemática e Ciências da FEUSP”, nos últimos anos, demonstrou o quanto é importante ampliar a troca de experiências e de conhecimento oferecida por este projeto de estágio supervisionado, que coloca em um mesmo grupo de trabalho, professores e alunos dos cursos de pedagogia e especialistas de diferentes áreas, como matemáticos, físicos, biólogos, dentre outros. Além do ganho de qualidade no processo de orientação e formação do futuro professor ser enorme devido à proximidade e ao tempo que dispõe para elaboração, planejamento e reflexão das atividades, juntos estes profissionais podem fazer a diferença, enquanto que separados continuarão a fazer o mesmo que se faz há décadas, ou muito pouco perto das necessidades que se colocam para o ensino público. Os relatos feitos por estudantes quando comparam o estágio no “Clube” com outras escolas, destacam a importância do processo de planejamento coletivo e participativo, a orientação recebida dos professores e da equipe de apoio, e toda a estrutura que é posta a disposição dos futuros professores na construção das atividades e no espaço que é disponibilizado para as reflexões feitas, fato que não é constatado em escolas públicas onde não existe acompanhamento e orientação, assim é possível ilustrar as diferenças existentes nos estágios e nos estágios supervisionados e a sua importância e relevância no processo de formação do futuro professor. O estágio no Clube parte da premissa da necessidade de um planejamento feito de maneira colaborativa e cooperativa entre os diferentes membros da equipe antes da aplicação das atividades, ou seja, o estágio supervisionado não é de observação, mas de intervenção, onde os estagiários supervisionados pelos professores das diferentes metodologias desenvolvem atividades para serem aplicadas aos alunos do 1º ciclo e isto garante um processo de formação participativa a partir de uma reflexão permanente sobre a atividade proposta e o próprio fazer pedagógico. Desta maneira, não temos apenas que oferecer o estágio obrigatório, esse garantido na legislação, mas temos que criar condições para que todo o estágio seja devidamente supervisionado pelo docente no que tange a possibilidade de orientação adequada em tempo real e não apenas ao seu término, quando muito pouco ou nada pode ser feito no resgate da formação do futuro professor. O ensino de matemática tem demonstrado a importância do estágio supervisionado, ao permitir que o estagiário participe ativamente das aulas, pois existe sempre a possibilidade de uma ação de intervenção em todo o curso, seja no esclarecimento de dúvidas dos alunos, na apresentação de algum tópico ou orientação de atividades; desta maneira o futuro professor sai da zona de conforto de mero observador e assume a responsabilidade por sua atuação, permitindo vivenciar o ensino de maneira integral, se percebendo como professor e identificando seus limites de atuação.
Conclusão
O estágio em matemática sempre foi pautado como um estágio de intervenção, isso decorre principalmente em função do grande número de aulas que são disponibilizadas para a disciplina de matemática em todas as redes de ensino, fato que não acontece com as demais disciplinas da área de exatas. Este “latifúndio” de carga horária permite ao professor da disciplina de matemática, quando este entende a importância do estágio, organizar seus estagiários de maneira a disponibilizar espaços de intervenção para apresentar tópicos do currículo previsto, entretanto essas intervenções carecem de planejamento minucioso e acontece quando as partes envolvidas tem disponibilidade de tempo em suas agendas, fato este que reconhecidamente sabemos ser complexo de organizar. Portanto, o estágio supervisionado ocorre como espaço de formação do futuro professor quando os professores responsáveis pelas disciplinas de metodologia em matemática e disciplinas parceiras na universidade criam opções de projeto capazes de cooptar estagiários e escolas interessadas em desenvolver estágios nos moldes do “Clube de Matemática e Ciências”. Apesar deste modelo ser limitado por questões físicas de espaço e tempo, a proposta que o Clube oferece de estágio supervisionado, supervisão que pode ser partilhada entre os professores da universidade e da escola, permite aos alunos vivenciarem a elaboração de planos de aula, planejamento compartilhado, aplicação de atividades lúdicas e didáticas, reflexão sobre a aplicação da atividade e o replanejamento das mesmas em espaços outros, que não a universidade. Não é possível formar um professor de maneira condizente se este não tiver experiência em sala de aula, seis disso pela experiência de formação que tive no meu estágio, que foi 100% de intervenção, pois naquele momento já exercia a função de professor ACT na rede pública estadual de ensino, e sou assertivo ao dizer que meu inicio como professor foi muito difícil devido à falta de orientação de alguém com mais experiência, orientação esta que não acontece entre pares nas escolas da rede. Tenho consciência das dificuldades vividas pela universidade pública, porém é possível pensar em propostas compartilhadas, entre professores e escolas públicas, que atenda a uma parcela maior de futuros professores demonstrando que existe uma proposta de estágio supervisionado para um ensino que não seja fragmentado, que contemple as diferentes abordagens propostas de maneira compartilhada e interdisciplinar para o ensino de matemática.


terça-feira, 10 de março de 2015

ESCOLA DO PARLAMENTO



Curso:

Legislativo e Democracia no Brasil - CLDB


Disciplina:
Didática do Ensino Superior e Metodologia da Pesquisa Científica

Aqui estarão disponibilizado os materiais utilizados na disciplina  oferecida pelo prof. Afonso Martins Andrade (2015.1).
Bons estudos!

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

EDUCONECT - Consultoria e Eventos

A EDUCONECT oferece consultoria nas áreas educacionais - produção de material didático e EAD e  formação de professores - na área de exatas e finanças.
Como parte de seu portfólio organiza eventos educacionais, congressos, palestras e feiras.
Conta com pessoal credenciado e com vasta experiência no ramo.
Estamos a sua disposição.
Contato: educonect.consultoria@gmail.com

terça-feira, 9 de setembro de 2014

ANHANGUERA EDUCACIONAL

Aqui estão disponibilizados os materiais produzidos e utilizados nas aulas do prof. Afonso M. Andrade na Faculdade Anhanguera como resumos do PLT.
http://educonect.blogspot.com.br/p/anhanguera-educacional.html

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

FORMAÇÃO DE PROFESSORES

Nesta página do blog são disponibililizados textos e materiais utilizados na formação de professores de Matemática e outras áreas, a partir de diferentes linhas epistemológicas e correntes pedagógicas.
http://educonect.blogspot.com.br/p/formacao-de-professores.html

O material é apresentado a partir de 2 tópicos, o primeiro discuti os prós e contras do uso da tecnologia no ensino e na sociedade contemporânea. O segundo apresenta diversos textos para reflexão, voltados para o ensino da matemática e geral.

Boa leitura.

ENSINO SUPERIOR

Nas páginas deste Blog estarão disponibilizadas apresentações em PP, textos e atividades didáticas com os principais tópicos abordados no Ensino de Matemática.

Estes materiais estarão distribuídos em 3 tópicos dedicados ao Ensino Superior, nas áreas de Cálculo, Estatística e Educação Matemática.



http://educonect.blogspot.com.br/p/ensino-superior.html